quinta-feira, 13 de junho de 2013

RENAL

Todos sabemos que o rim é o principal ator da filtragem sanguínea. Mas no rim precisamos conhecer o nefron, que tem como função essencial depurar o plasma sanguíneo das substâncias que devem ser eliminadas do organismo. Abaixo uma representação gráfica de seu funcionamento.


O fluxo sanguíneo cardíaco é da ordem de 5 litros por minuto. Matematicamente, são 300 litros por hora e 7.200 litros por dia. Desse total diário, 1.800 litros passam pelo rim. Isso tudo vira urina? Claro que não. Se virasse, precisaríamos beber quase dois mil litros de água diariamente, viveríamos para beber. O que ocorre é que, desses 1.800 litros, de imediato 1620 seguem pela arteríola eferente e retornam à circulação sanguínea. 

Dos 180 litros que descem pela Cápsula de Bowman, a maioria é reabsorvida pelos túbulos distais e proximais. Essa reabsorção é regulada principalmente pelo ADH secretado conforme informação de osmorreceptores e pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. Em particular a esse último sistema, como é mesmo que ele funciona? em linhas gerais, a renina, presente nas células glomerulares, detectam a diminuição de fluxo sanguíneo. Elas então agem sobre o angiotensinogênio para formar angiotensina I. A enzima ECA (enzima conversora de angiotensina) converte a angiotensina I em angiotensina II, que por sua vez promove vaso-dilatação da arteríola aferente e vaso-constrição da arteríola eferente, de forma a aumentar o filtrado.

Adicionalmente, a angiotensina II também atua na glândula supra-renal para secreção de aldosterona, um estimulador da absorção de sódio - e junto com ele, água. Assim, há maior reabsorção de líquido para o organismo.

Dos 180 litros originais, temos aproximadamente 178 reabsorvidos. O restante é urina.

E como o exercício atua nesse sistema? Veja o gráfico.



A produção de urina, a partir de 50% do Vo2Máx. é reduzida pela vaso constrição das arteríolas aferentes dos néfrons provocada por uma diminuição da atividade parassimpática e aumento da atividade simpática. Trata-se de uma resposta natural do organismo à necessidade de manutenção do equilíbrio líquido corporal. Além disso, a curva de FSR - Fluxo Sanguíneo Renal cai também a partir de 50% de Vo2 pois o sangue é destinado aos músculos via vaso constrição de artérias renais. Com a queda de FSR cai também a produção a filtração glomerular.

A produção de urina mantém-se em um platô baixo a partir do Vo2Máximo e só retorna ao padrão de repouso após a normalização do fluxo sanguíneo renal e da filtração glomerular. 

Nota-se que, no retorno à normalidade basal do rim, há um pico de fluxo sanguíneo renal e de filtração glomerular. Essa última é um pouco maior que o próprio fluxo sanguíneo e isso pode acarretar a presença de albumina, proteínas e hemácias na urina em um exame de EQU - Exame Qualitativo de Urina. A presença desses elementos indica nefrite mas, no caso do atleta que desenvolve o comportamento exposto no gráfico, trata-se de uma pseudo-nefrite. Nesses casos, o material para exame deve ser novamente colhido sem a realização prévia de exercícios para uma resposta mais fidedigna à condição clínica do indivíduo.

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