sábado, 27 de abril de 2013

Hormônios do Eixo Hipotálamo-Hipófise

Existem muitos hormônios que são secretados pelo hipotálamo com atuação na hipófise. Essa, por sua vez, secreta também hormônios que agem nas mais variadas glândulas que, num efeito cascata, também produzem hormônios que incidirão sobre células e sobre elas produzirão diversos efeitos. Na imagem abaixo, temos uma representação desses hormônios em cascata. 

Na primeira linha da imagem, temos os hormônios hipotalâmicos; na segunda linha, os hormônios da hipófise; na terceira, as glândulas e seus respectivos hormônios; e, por fim, na quarta linha, o efeito final dos hormônios. Nota-se que a prolactina é um hormônio produzido pela hipófise que tem ação direta nas mamas, sem uma glândula de atuação intermediária.

Pois bem, da figura acima, destacaremos e abordaremos com maior profundidade - principalmente no que tange à fisiologia do exercício - os hormônios GnRH (e, com isso, também o FSH e o LH) e o TRH (de maneira análoga, também TSH)

GnRH -> FSH/LH

O hormônio liberador de gonadotrofina, de sigla GnRH, é um hormônio polipeptídico sintetizado pelo hipotálamo, que age sobre a hipófise e leva à liberação dos hormônios LH e FSH (hormônio luteinizante e folículo-estimulante, respectivamente). Esses hormônios agirão sobre as gônodas (ambos sexos). Os hormônios secretados pelas gônodas são a testosterona, a progesterona e o estrogêneo.

Abaixo, uma representação do ciclo ovárico feminino, com duração média de 28 dias.

Pela representação acima, podemos perceber que, aproximadamente 15 dias antes da menstruação ocorre um pico de LH e FSH no corpo feminino, devido à necessidade de formação do folículo de Graaf e a consequente ovulação. A partir do 14º dia ocorre um aumento da progesterona visando formação do corpo lúteo que, caso não contenha um óvulo fertilizado, acabará se desintegrando e, juntamente com o descarte do endométrio funcional do útero, redundará em um novo ciclo ovárico.

Pois bem, como o exercício pode interferir nesse ciclo?

Se a mulher fizer exercícios físicos em excesso o percentual de gordura diminui. Com pouca gordura no organismo, o colesterol disponível inevitavelmente também é baixo e, como o estrogênio e a progesterona  são esteroides  precisam do colesterol como molécula precursora. Logo, não havendo colesterol em quantidade suficiente, não há estrogênio e tampouco progesterona. E não havendo esses hormônios, ocorre a menorreia - ausência de menstruação.

Se, por um lado, o exercício físico pode ser prejudicial à mulher, também é possível afirmar que, na quantidade certa, pode trazer benefícios. Como vimos anteriormente nesse blog, o exercício físico libera endorfina no organismo, o que gera sensação de bem estar, analgesia e sonolência. Esses efeitos são particularmente importantes para a mulher na Desordem Diaforética Menstrual, popularmente conhecida como Tensão Pré-Menstrual ou simplesmente TPM. A TPM assim chamada é caracterizada pelo estado irritadiço, angustiado, depressivo e mal humorado das mulheres particularmente nos últimos dias do ciclo menstrual.

Já no homem, não há ciclo algum. Os hormônios gonadotróficos no homem atuam em equilíbrio permanente, não sendo alterados significativamente ao longo do tempo. No entanto, o exercício físico tem a capacidade de aumentar a testosterona disponível e essa redunda em aumento de massa muscular. Assim, muitos homens valem-se e anabólicos esteroides para obter rapidamente aumento muscular, sem preocupar-se com os efeitos que podem vir a curto, médio e longo prazo, conforme tabela abaixo:


Efeitos de anabólicos esteroides Homem Mulher
Curto Prazo aumento de massa muscular aumento de massa muscular
diminuição da espermatogênese diminuição da ovulogênese
diminuição dos pelos corporais aumento de pelos corporais
aumento do tom de voz diminuição do tom de voz
ginegomastia hipertrofia do clítoris

atrofia mamária
Médio Prazo esterilidade esterilidade
diminuição da libido diminuição da libido
Longo Prazo neoplasia hepática neoplasia hepática
neoplasia da próstata neoplasia ovariana

neoplasia mamária

TRH -> TSH -> T3/T4

O TRH é o hormônio estimulador do TSH hipofisário, que por sua vez regula a secreção de T3 e T4 pela tireoide, que é uma glândula localizada anteriormente à traqueia, acima da laringe.


T3 e T4, tem, entre suas principais funções no organismo humano:
  • A transcrição nuclear de grande número de genes. Logo, em muitos locais, causam o aumento de células protéicas, enzimas e por fim aumentam o metabolismo orgânico. 
  • O metabolismo dos alimentos é aumentado
  • Os processos mentais são excitados
  • Crescimento acelerado (jovens)
  • Estímulo ao número de mitocôndrias – Aumenta a taxa de síntese de ATP.
  • Alta atividade da enzima sódio-potássio ATPase = alta quantidade de calor produzido.
  • Há um importante efeito dos hormônios tireóideos no crescimento


Assim, havendo desordem tireoidiana, podemos ter um hipotireoidismo - onde ocorre, entre outros sintomas, uma diminuição da taxa metabólica - ou um hipertireoidismo - que tem entre suas principais características o aumento da taxa metabólica.

Com o exercício físico pode agir no metabolismo? O gráfico abaixo dá uma ideia:

Pela análise do gráfico acima, podemos perceber que T3 e T4 mantinham-sem estáveis até a aplicação do exercício físico. A partir do exercício físico, há um forte descompasso desse hormônio, onde inicialmente há uma elevação de sua quantidade no organismo humano, aumentando portanto o metabolismo. No entanto, o retorno à normalidade não se dá imediatamente, ocorrendo inúmeras diminuições e elevações num efeito rebote que custa a adequar-se aos níveis normais anteriores ao exercício. Ainda assim, mesmo com esse efeito homeostásico mais lento, os momentos em que T3 e T4 estão elevados são mais duradouros do que os momentos de diminuição, o que faz com que uma única sessão de exercício provoque aumento do metabolismo por um longo período de tempo mesmo após o encerramento da atividade física.

Partindo do princípio que o exercício físico mantém os níveis de T3 e T4 elevados e, com isso, o metabolismo mantém-se elevado, podemos derivar nossa análise para as técnicas de emagrecimento e entender como funciona um regime para perda de peso eficiente.

A dieta pobre em calorias, por si só não é capaz de emagrecer. Isso até funciona nos primeiros dias, mas o metabolismo tende a adaptar-se ao novo regime de ingestão calórico e, num intervalo de 3 ou 4 semanas, o gasto calórico está adaptado à nova ingestão calórica. nesse período até se perde alguns quilos, mas a partir da homeostasia ingestão/gasto calórico, a perda de peso cessa. 
Por outro lado, o exercício físico sem redução de ingestão calórica também é ineficiente, pois as calorias perdidas em 3, 4 ou mais sessões de atividades físicas semanais são facilmente repostas no organismos, às vezes em uma só "sentada" à mesa.
Qual a fórmula do emagrecimento então? Observe o gráfico abaixo.


Conforme explicado no parágrafo anterior, o gasto calórico - sem o acompanhamento de exercícios físicos - tende a acompanhar a linha da ingestão de calorias do indivíduo em dieta. No entanto, se o indivíduo incluir em seu regime sessões de exercício físico numa frequência de dois em dois dias, por exemplo, ele manterá seu metabolismo elevado como vimos no penúltimo gráfico. Assim, com uma grande diferença entre a ingestão calórica e o gasto calórico, há perda de peso e sucesso no regime de emagrecimento.



OPIÓIDES

O que são opióides?

Opióides são um grupo de substâncias naturais ou sintéticas derivadas do ópio que é obtido da papoula. 



Os opióides mais conhecidos são a morfina, a heroína e a codeína. As aplicações desses opióides são as seguintes:


ANALGÉSICO BEM/ESTAR SONOLÊNCIA
MORFINA ●●● ●● ●●
HEROÍNA ●●● ●●
CODEÍNA ●● ●●●



A endorfina também é um opióide. É produzida na POMC - Pré-opiomelanocortina sempre que o exercício físico supera 50% do Vo2 máximo ou quando excede 30 minutos de execução. Assim, o atleta experimenta sensações de analgesia, bem/estar e sonolência com o excesso de endorfinas no organismo. A contínua experimentação desse quadro cria o corredor obrigatório, cuja abstinência de atividade física - e consequentemente de endorfina - gera transtornos no humor, principalmente irritabilidade.

Curiosidade: os receptores de opióides podem ser bloqueados pela droga NALOXONE.




Hormônios Hipofisários

Hormônios Hipofisários

GH

O GH  (Growth Hormone) é o hormônio do crescimento. Ao contrário de outros hormônios produzidos pela hipófise, que regulam outras glândulas, o GH age no metabolismo do corpo inteiro, atuando não só no crescimento longitudinal, mas nas células como um todo. 

Abaixo, um gráfico com a evolução circadiana do GH ao longo do dia:


O GH (hormônio de crescimento) é fundamental para a recuperação do exercício e melhor qualidade de vida. Podemos verificar que no gráfico acima retirado do livro "Fundamentos do Treinamento de Força Muscular" de "Fleck e Kraemer (2006)", que este hormônio possui um ritmo circadiano, ou seja, sua concentração é alterada de acordo com o horário do dia, tendo seu aumento no inicio da madrugada e seu pico em torno de 3 horas da manhã.

O exercício físico de alta intensidade, como o treinamento de força, estimula a produção de diversos hormônios, e o GH esta incluído nessa lista. Ele estimula a produção e liberação de IGF-1 pelo fígado, que atua nos tecidos em conjunto com o GH. Teoricamente essa liberação de hormônios é maior em exercícios de alta intensidade pela característica deste tipo de treino em gerar maior numero de micro lesões  necessitando de mensageiros (hormônios) para que ocorra a recuperação e supercompensação do tecido muscular.

TIPOS DE CONTRAÇÃO


  • CONCÊNTRICA: Aproximação da inserção e da origem muscular durante a contração
  • EXCÊNTRICA: Afastamento da inserção e da origem muscular durante a contração
  • ISOMÉTRICA: Inserção e origem não afastam-se nem aproximam-se durante a contração.

Com base nos conceitos acima, vejamos uma aplicação da contração concêntrica e da excêntrica em um experimento onde se avaliou Vo2 e [LA].

Os dois gráficos acima são resultados de um estudo onde o atleta foi submetido em um momento a trabalho concêntrico; em outro momento, somente a trabalho excêntrico. Pelos dados do gráfico, nota-se que o Vo2 máx. e o lactato são inferiores nos exercícios de contração excêntrica e, ainda assim, alcançaram maior capacidade de trabalho em ambos. na análise fria desses dados é fácil deduzir que a contração excêntrica é mais eficiente biomecanicamente. No entanto, observe o gráfico abaixo:


No dia anterior aos testes, o nível de enzima CK presente no sangue era estável. No entanto, com o trabalho excêntrico, o nível subiu exageradamente em relação ao concêntrico e pior: manteve-se por mais tempo presente no sangue. Ora, sabemos que a enzima CK é um importante indicador de lesão muscular. Assim, embora o trabalho excêntrico seja mais eficiente no que se refere a lactato e Vo2, seu custo é muito alto, pois o tecido muscular resta muito lesionado após o exercício físico.



Hormônios Hipotalâmicos


O hipotálamo produz uma série de hormônios que regulam a liberação ou inibição de outros hormônios hipofisários. No entanto, a ocitocina e o ADH não possuem correspondentes hipofisários e são responsáveis, respectivamente, pela contração uterina/ejeção de leite e pela contenção diurética. 

Para focarmos a fisiologia do exercício, vamos abordar o hormônio ADH, ou vasopressina. Trata-se de um hormônio humano secretado em casos de desidratação e queda da pressão arterial, fazendo com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o volume da urina. Deficiências na regulação da urina pelo hormônio ADH leva à diabete insipidus, onde há grande dificuldade de contenção diurética. 

Pois bem, onde o exercício físico influi?

O exercício físico gera desidratação, pois é necessário suor para regular a temperatura do corpo. No entanto, a produção de ADH só torna-se significativa quando o homem já está com seu volume sanguíneo diminuído pelo início da desidratação, ou quando o exercício é de intensidade próxima ou acima do limiar ventilatório 2. Assim, é possível afirmar que o exercício físico estimula a produção de ADH.

Curiosidade: O álcool inibe o ADH, gerando grande quantidade de urina e, consequentemente, desidratação.

TÉCNICA DE ALONGAMENTO


  
É sabido que o alongamento muscular é importante principalmente quando pensamos em relaxamento e/ou flexibilidade muscular. No entanto, de mesmo forma, também temos consciência que muitas vezes as técnicas de alongamento são mal empregadas não só pelos atletas, mas lamentavelmente também pelos educadores físicos.

Vamos então falar sobre esse alvo de tantas polêmicas de forma pragmática, categorizando-o de 2 formas distintas:

OBJETIVOS DO ALONGAMENTO:

TREINAMENTO DE FLEXIBILIDADE: A flexibilidade é importante em muitas das rotinas diárias e e sua importância estende-se até a manutenção da autonomia do indivíduo. A elasticidade muscular e a elasticidade articular são importante na prevenção de lesões.
AQUECIMENTO: O principal objetivo do aquecimento é preparar o corpo para o esporte, seja ele competitivo, educacional ou de participação.
RELAXAMENTO MUSCULAR: Principalmente empregado no pós-treino.

TIPOS DE ALONGAMENTO:
BALÍSTICO: Aqui, o estiramento envolve o movimento repetitivo da parte do corpo que está sendo alongada, em uma situação que assemelha-se ao de um balanço infantil, como por exemplo na figura abaixo,  aduções e abduções máximas. Esse tipo de alongamento gera repetidos reflexos miotáticos.


ESTÁTICO: O alongamento é lento e contínuo, é o mais observável nas academias e aulas de educação física. No alongamento estático temos um estiramento que leva a um reflexo miotático. No entanto, há uma contração isométrica com muita tensão, o que acaba gerando também um reflexo miotático inverso. Esse reflexo miotático inverso acabará redundando num relaxamento muscular.


F.N.P. (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva): A F.N.P. é semelhante ao alongamento estático, mas envolve o auxílio de uma força externa para aumentar ainda mais a tensão sobre o grupo muscular trabalhado. Aumentando ainda mais a tensão, evidentemente aumenta-se ainda mais o estímulo ao Órgão Tendinoso de Golgi (OTG). Assim, temos uma inibição do reflexo miotático e uma potencialização do reflexo miotático inverso. Isso é facilmente observável quando a força externa é inibida e rapidamente reacionada. Quando isso ocorre, visualiza-se o ganho de alguns graus de amplitude da flexibilidade do indivíduo submetido ao alongamento.


TIPO X OBJETIVO DO ALONGAMENTO
Para Flexibilidade: deve-se usar todas as técnicas

Para Relaxamento da Musculatura Antagonista: Alongamento balístico

Para Relaxamento da Musculatura Agonista: Alongamento estático

Para Aquecimento: Estático e Balístico




domingo, 21 de abril de 2013

NEUROMUSCULAR


                                           NEUROMUSCULAR

                         TIPOS DE FIBRAS MUSCULAR
     


                                           


tipo 1: velocidade de contração lenda, densidade mitocondrial alta, mioglobina alta, metabolismo oxidativo, atividade mitocondrial alta, glicogênese baixa, hipertrofia baixa.




tipo 2: velocidade de contração veloz, densidade mitocondrial intermedial, mioglobina intermediaria, metabolismo oxidativo/glicolítico, atividade mitocondrial intermediaria, glicogênese intermediaria, hipertrofia intermediaria.

tipo 3: velocidade de contração veloz, densidade mitocondrial baixa, mioglobina baixa metabolismo glicolítico, atividade mitocondrial baixa, glicogênese alta, hipertrofia alta. 







                                           Controle motor





                 
                      REFLEXO MIOTÁTICO
 Em resposta ao estiramento de um músculo, e consequentemente estiramento dos fusos neuromusculares presentes nesse músculo, fibras sensitivas do grupo a levarão à medula espinal potenciais de ação sinalizando a ativação dos receptores.O prolongamento central dessas fibras sensitivas projeta-se monossinapticamente sobre motoneurônios responsáveis pela inervação do mesmo músculo de onde partiu.








O reflexo  miotático  inverso é controlado pelo órgão tendinoso de golgi.
O órgão tendinoso de golgi é um receptor de estiramento localizado nos tendões do músculo. O estiramento das fibras de colágeno do tendão também estira o órgão tendinoso de golgi provocando sua despolarização.
Cada órgão tendinoso tem um nervo sensorial (aferente) que conduz potenciais de ação para o SNC informando sobre o grau de tensão muscular decorrente da contração. Como o órgão tendinoso de golgi fica em série com as fibras extrafusais, quando estas se contraem o órgão tendinoso de golgi é estirado e são emitidos potenciais de ação para o   SNC ao longo do nervo sensorial em uma frequência proporcional à tensão desenvolvida pelo músculo. Ao mesmo tempo, o fuso muscular reduz sua freqüência de Potenciais de Ação, pois o fuso fica paralelo às fibras musculares extrafusais e quando estas se contraem, a freqüência do potencial de ação emitido pelo fuso diminui.
Quando os Potenciais de ação gerados pelo nervo sensorial do fuso atingem o SNC, causam estimulação dos neurônios motores alfa determinando a contração muscular. Já os Potenciais de Ação ao longo dos nervos sensoriais do órgão tendinoso de golgi têm efeito oposto. Causam potenciais inibitórios sobre o neurônio motor alfa reduzindo a contração da fibra muscular.





                      TREINAMENTO PLIOMÉTRICO


      treinamento pliométrico é uma forma de exercício que busca a máxima utilização dos músculos em movimentos rápidos e de explosão. Seu conceito baseia-se na exploração do músculo em sequencias de contrações excêntricas e concêntricas buscando a otimização do mesmo.As ações dos músculos em práticas de esforços rápidos semelha-se  ao comportamento de uma mola, contraindo e liberando sua força acumulada.Os exercícios pliométricos buscam a consciência do praticante da melhor forma de utilização desta impulsão de força, permitindo aprimorar as técnicas de atividades como salto e corrida, já que apóia-se no trabalho de velocidade e explosão, muito utilizado em diversos esportes. como basquete e vôlei.A biomecânica do treinamento pliométrico  resume-se na criação de uma reação oposta a ação prévia, na busca do aproveitamento da energia produzida.

domingo, 14 de abril de 2013

NEUROMUSCULAR


                                               
                                             MÚSCULOS


Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas muito finas que envolvem cada uma das fibras musculares.




No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio. 



Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas z.


  A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z.


 O sarcolema (membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética.

O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado . Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio levado para o interior do retículo sarcoplasmático, via bomba serca, o que faz cessar a contração.




sábado, 13 de abril de 2013

LACTATO



                                                                       Lactato

 Lactato é produzido pelo organismo após a queima da glicose (glicólise), para o fornecimento de energia sem a presença de oxigênio (metabolismo anaeróbico láctico). Em atividades físicas de longa duração, o suprimento de oxigênio nem sempre é suficiente. O organismo busca esta energia em fontes alternativas, produzindo o lactato. O acúmulo desta substância nos músculos pode gerar uma hiperacidez, que causa dor e desconforto logo após o exercício. Assim, a determinação da concentração sanguínea do lactato permite avaliar indiretamente a acidose metabólica do exercício, sendo uma das ferramentas diagnósticas utilizadas pela Fisiologia do Exercício. A dosagem do lactato permite avaliar a capacidade de exercício e monitorar a intensidade de treinamento dos atletas. Isso pode ser feito em exercícios de cargas crescentes durante o Check-up Fitness ou após o término de um treinamento específico ou de um exercício realizado em competição. A dosagem sanguínea do lactato é uma forma prática de se obter uma avaliação do metabolismo do lactato e do limiar anaeróbico do atleta. 
No gráfico acima vamos analisar  uma caso fictício de um individuo.
Intensidade abaixo do primeiro limiar são chamadas de sub aeróbia.
É preciso de metabolização periférica para se chegar a o aeróbio intensivo, para conseguir aumentar o 2° limiar temos que trabalhar no aeróbio intensivo, no caso do nosso individuo fictício é de 12 km/h.
Acima do 2° limiar o trabalho será anaeróbio.


CONSUMO DE OXIGÊNIO

                                             

                                                         CONSUMO DE OXIGÊNIO    


         
   

Teste de rampeamento é uma excelente ferramenta para testar o consumo de oxigênio, o mesmo é feito da seguinte forma: o individuo que participa de teste, começa a correr em uma esteira em uma velocidade baixa,vamos usar o exemplo de 8 km/h e aumentando a velocidade e 1 Km/h a cada minuto, nesse teste podemos ver o Vo2 pico(Consumo máximo de oxigênio no teste de esforço sem apresentação de plato)e o Vo2 máximo(Maior volume de oxigênio por unidade de tempo que o individuo consegue captar respirando o ar atmosférico durante o exercício).  


Cada esporte exige um consumo máximo de oxigênio, podemos destacar o esqui cross country como o esporte
que mais consome oxigênio, os atletas de alto rendimento desde esporte possuem um consumo de oxigênio na ordem de 85 kg por minuto,Sabemos que a genética é o principal fator de consumo máximo de oxigênio, por tanto esses atletas nasceram com o dom para praticar esse esporte, isto por que, um individuo com um consumo máximo de oxigênio  de 50 kg/m com treinamento adequado vai conseguir aumentar seu consumo máximo de oxigênio em 20% assim chegando a 60 kg/m, longe dos 85 kg/m que atletas de alto rendimento possuem.

                                Alguns limiares do consumo máximo de oxigênio
   Independência funcional: 25 kg/m
      Após um enfarte encontraremos limiares assim: sentado por volta de 4 kg/m, caminhando 10 kg/m, com treinamento poderemos melhorar esses limiares na casa de 20%

                                                                        EPOC     

       

Após a execução de uma sessão de exercícios, aeróbio ou contra-resistência, a taxa metabólica permanece elevada em relação aos valores de repouso, para que o organismo retorne ao seu estado de equilíbrio. Esse momento, denominado por Gaesser e Brooks como EPOC (excesso de oxigênio consumido pós-exercício), caracteriza-se pelo consumo de oxigênio aumentado em relação ao período pré-exercício. O consumo de oxigênio guarda relação direta com o gasto energético, ou seja, considera-se que a cada litro de O2 consumido, aproximadamente 5 Kcal são geradas no organismo.
O excesso de consumo de oxigênio após o exercício consiste em um componente rápido e um componente prolongado. O componente rápido do EPOC ocorre dentro de 1h. Embora a causa precisa dessas respostas não esteja bem esclarecida, é provável que esses fatores contribuam para: a ressíntese de ATP/CP, redistribuição comportamental dos íons (aumento na atividade da bomba de sódio e potássio), remoção do lactato, restauração do dano tecidual, assim como restauração do aumento da freqüência cardíaca e do aumento da temperatura corporal.

A figura abaixo ilustra o consumo de oxigênio antes, durante e após uma sessão de exercício contra-resistência



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Proteínas

3ª semana



As proteínas são macromoléculas orgânicas formadas pela sequência de vários aminoácidos. Uma proteína pode conter milhares de aminoácidos, com sequência dessas unidades determinada pela informação genética contida no gene. Portanto, todo o funcionamento de um organismo é conduzido pelo controle das moléculas de DNA.
A partir do DNA ocorrem as transcrições, com a fabricação de RNAs: transportadores, ribossômicos e mensageiros. Cada um com sua função específica no processo de tradução, proporcionam a produção de uma ou várias proteínas.
O que é um gene? Segmento de uma molécula de DNA com capacidade de sintetizar proteína. E um cromossomo? Conjunto, emaranhado de DNA.

Problemas genéticos podem ser desencadeados por três formas:
Deleção de um aminoácido decorrente de uma síndrome genética transmitida ao mecanismo de transcrição; ou uma simples troca de aminoácidos;
Colocação de outro aminoácido que não deveria ser introduzido, pois cada códon se liga a um aminoácido específico;
Inversão da posição modificando a ordem da sequência de aminoácidos.


DNARNA MensageiroCódon (sequência de três bases que se ligam a um aminoácido especifico. Define a qual aminoácido irá se ligar).


·         No caso de mutação genética em uma ou mais bases (nucleotídeos), ocorre alteração nas codificações entre DNA, RNA Mensageiro e Códon- aminoácido específico. Podendo ocasionar diferentes tipos de síndromes ou nenhum tipo de alteração significativa.

·         O número de proteínas necessárias a serem ingeridas por dia é de aproximadamente 0,8 – 1,1 g/ Kg (peso corporal), podendo variar até 1,4 – 2,1 g/kg, em casos específicos.

·         O exercício com restrição de CHO demonstrou um maior resultado, pois quando se tem um valor de CHO muito baixo, consequentemente o nível de glicemia também baixa (hipoglicemia) e então passasse a produzir glicose através de proteínas ( neoglicogênese).

                                                                      Gráfico de Ekblon



INTENSIDADE
·         Absoluta: Sempre em termos físicos (V, F, POT. Etc);
·         Relativa: Normalmente em termos de percentual (%), relativo ao indivíduo numa atividade específica.

Gráfico de Costill




INTENSIDADE X DURAÇÃO

A duração depende do condicionamento físico, dessa forma, pode- se dizer que a “ intensidade manda na duração”. Ou seja, se o indivíduo não estiver preparado para alta intensidade, com certeza, a duração da sua prática será reduzida, comparada a de alguém que esteja condicionado a essa determinada atividade.


domingo, 7 de abril de 2013

Lipólise (continuação)

3º semana.


Para que os ácidos graxos consigam entrar na célula, há na membrana proteínas que os carregam por meio de difusão facilitada para dentro. O palmitato, por exemplo, degrada o AGL para dentro da célula. O AGL livre no citoplasma é acilado formando AcilCoA, no qual é transportado através da CAT1 ligando-se a carnitina formando acil-carnitina.  O CAT 2 irá transferir a AcilCoA para dentro da mitocôndria. A carnitina desacilada irá se juntar a outra AcilCoA e formará um novo ciclo.



Dentro da mitocôndria o AcilCoA será oxidado fazendo β-oxidação. Nesse processo, os 16 carbonos da AcilCoA perdem 2 carbonos liberando AcCoA e assim sucessivamente até chegar a 4 carbonos, fazendo duas β-oxidações e liberar 2 AcCoA no ultimo ciclo, zerando o número de carbonos. Na presença de oxalacetato, a AcCoA forma citrato, formando um ciclo de Krebs com 3 NADH, 1 FADH e 1 ATP. Assim, cada NADH que for gerado irá gerar 3 ATPs (3x3=9), cada FADH irá liberar 2 ATPs (1x2=2) e com mais 1 ATP, deixando um total de 12 ATPs em cada ciclo de Krebs formado.


Conforme a figura abaixo, são formadas 8 AcCoa em cada β-oxidação, como cada Ciclo de Krebs forma 12 ATPs, temos 96 ATPs.


A capacidade energética e o rendimento desse sistema é muito maior que os apresentados nos outros sistemas que vimos anteriormente (creatina-fosfato, glicose anaeróbia e aeróbia). Portanto, ao utilizar gordura como fonte de energia, conseguimos manter o metabolismo em exercício por muito mais tempo, porém tendo que diminuir a intensidade.


FADIGA

A fadiga do sistema é causada pela falta de oxalacetato para reagir com AcCoA para dar origem ao ciclo de Krebs.
Foi realizada uma pesquisa com atletas, dividindo-os em três grupos com dietas diferentes. Conforme gráfico abaixo:



O grupo com dieta rica em lipídios entrou em fadiga aos 60 minutos, o grupo com dieta equilibrada entrou em fadiga aos 120 minutos, já o grupo com dieta rica em carboidratos entrou aos 180 minutos, podendo constatar que a dieta de um atleta deve ser rica em carboidratos, já que leva mais tempo para chegar à fadiga.